Piloto de supercross investe no cooperativismo de transporte e afirma que a credibilidade foi o fator determinante para a escolha do modelo de negócios

Detentor de 27 títulos nacionais de supercross, Milton Chumbinho Becker deixa as motos para retornar aos caminhões e somar forças em cooperativa de transport...

Detentor de 27 títulos nacionais de supercross, Milton Chumbinho Becker deixa as motos para retornar aos caminhões e somar forças em cooperativa de transporte no Oeste de Santa Catarina Os saltos e manobras radicais de Milton Chumbinho nas pistas de motocross e de supercross são famosas no mundo do esporte. O que pouca gente sabe é que o detentor de 27 títulos nacionais é, hoje, Milton Becker, cooperado do ramo de transporte em Iporã do Oeste. De herança dos tempos de pistas, ele traz a determinação e a coragem para somar ao cooperativismo do ramo de transporte. “Eu sou muito conhecido no meio do esporte, do motociclismo, mas minha história começou no meio dos caminhões. Nasci no interior de Itapiranga, onde meu pai começou com o transporte, a primeira coisa que eu dirigi na minha vida, antes de moto, antes de carro, foi caminhão. E eu nunca me afastei 100%, até porque meu pai sempre esteve envolvido, e meu cunhado também era motorista. Ele tinha uma empresa, e a gente foi construindo um sonho juntos”, conta Becker. O cunhado que ele cita é Erni Bohnen. Milton e Erni são sócios da Transportes Becker e Bohnen, associados à Cooper Fronteira Sul. As cooperativas de transporte, como a Cooper Fronteira Sul, fortalecem a negociação, reduzem custos, ampliam o acesso a serviços e incentivam a inovação. Ao unirem esforços, os cooperados garantem melhores condições comerciais, acesso a insumos, a preços mais competitivos e uma gama completa de serviços. Além disso, as cooperativas contribuem para a modernização do setor por meio da busca constante por soluções mais eficientes e sustentáveis. Transparência e credibilidade para fortalecer os negócios Essas cooperativas têm impacto significativo na economia. Por fortalecer a atividade dos pequenos transportadores, contribuem para a manutenção de empregos diretos e indiretos, estimulando a cadeia produtiva e fortalecendo a economia local. Outro fator importante é a negociação em conjunto de fretes e insumos, que garantem melhores condições para os cooperados e contribuem para a estabilidade dos preços no mercado. “Na nossa empresa, temos 30 caminhões envolvidos diretamente, fora alguns outros equipamentos que a gente tem para suprir a demanda dos fretes. Então, é muito importante que tenhamos a cooperativa, para que não precisemos disponibilizar tanta gente para buscar fretes, por exemplo. Tudo acaba ficando mais fácil, acaba reduzindo o custo, e isso é muito importante para o transportador, e acho que em qualquer segmento, juntar mais pessoas trabalhando por um bem comum”, explica Becker. NOSSO CAMINHO É COOPERAR - COOPER FRONTEIRA SUL Ele também ressalta a importância deste modelo de negócios para que todos possam ter ganho igual, e aponta a credibilidade como qualidade determinante na escolha da cooperativa. “Olha, a nossa preocupação da cooperativa sempre foi que seja igual para todos. Eu acho que isso é o mais importante numa cooperativa. E que os que estejam à frente sempre levem com bastante seriedade, preocupação, como se fosse dele, e que o ganho de todos seja por igual. Isso é muito importante, e aí você acaba tendo uma credibilidade maior de todos os associados, e mais associados entrarão, e, claro, isso acaba viabilizando, fazendo com que você tenha um custo menor.” O sócio, Erni Bohen, completa, “com a cooperativa é bem melhor, porque eles fazem toda a parte da logística, a gente não precisa se preocupar com carga e descarga. Então a gente pode cuidar do motorista, da manutenção e em ter os caminhões à disposição para fazer as viagens.” Determinação e coragem guiam a Cooper Fronteira Sul A Cooper Fronteira Sul surgiu há dez anos, da união de pequenos transportadores em prol dos mesmos objetivos: atender bem o embarcador e dar toda a assistência de infraestrutura aos associados. “O grupo da cooperativa se uniu para construir um posto para beneficiar todos os transportadores, os motoristas, enfim, era uma estrutura que não teríamos hoje se não fosse a cooperativa. Mas para isso precisou, lá no início, ter a coragem de alguns e enfrentar, claro, disponibilizar valores para que tudo isso pudesse estar acontecendo”, afirma Milton Becker. A trajetória da Cooper Fronteira Sul é símbolo do potencial das cooperativas de transporte. Em Santa Catarina, são 39 cooperativas deste ramo associadas à Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC). Fundada em Iporã do Oeste, Cooper Fronteira Sul se consolidou no transporte de cargas refrigeradas em todo o Brasil e no transporte de contêineres entre o extremo oeste e os principais portos de Santa Catarina e Paraná. A diversificação para o setor de postos de combustíveis demonstra a busca constante por novas oportunidades e a capacidade de atender às necessidades dos cooperados. Atualmente tem 70 empresas cooperadas e gera cerca de 40 empregos diretos. “O modelo de negócio da cooperativa é muito bom porque ele faz com que o pequeno transportador se torne competitivo, para que ele não perca em lugar nenhum para grandes transportadoras. A questão social também é muito importante, porque aqui, na região Oeste, nós mantemos o nosso motorista empregado, mantemos o borracheiro trabalhando aqui para essas pequenas empresas. Com o cooperativismo, a nossa riqueza fica aqui”, destaca Adelcir Bischoff, presidente da Cooper Fronteira Sul. As cooperativas de transporte desempenham um papel fundamental no desenvolvimento do setor em Santa Catarina. Em 2023, arrecadaram mais de R$ 30 milhões em sobras. As cooperativas de transporte demonstram o poder da união e da cooperação para impulsionar o desenvolvimento econômico e social. Ao fortalecer os pequenos transportadores, essas entidades contribuem para a modernização do setor, para a geração de empregos e para a melhoria da logística no país.